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quinta-feira, 8 de abril de 2010

O nosso dia a dia....


Gente, ser mulher, eh algo q ultrapassa todos os limites, nossos limites.... veja bem, o nosso dia ja comeca com os filhos pedindo cafe da manha, depois vamos arrumar casa, depois vamos brincar com filhos, vamos ser empresarias, vamos ser domesticas, vamos ser motorista, psicologas, professoras, cozinheiras, maes, filhas....e nosso dia acaba. Quando sentamos na frente da tv, a cabeca ainda esta funcionando a quilometros na frente, estamos pensando no q fazer para o almoco do dia seguinte, na conta a pagar, no q vamos fazer no final de semana, no aniversario dos filhos, ai olhamos para as nossas unhas, caramba, estao parecendo unhas de tatu, olhamos para os nossos cabelos, parecem pelo de gamba, com a raiz branca, e por ai vai, nao temos tempo de cuidar de nos, e ainda chega o marido, namorado, amante, ou sei la, e diz assim: nossa, vc passou o dia em casa com as criancas e esta cansada? putz, nessa hora, vc reza para nao estar com uma luva de boxe, e dar pelo menos um soco no nariz de um individuo q fala assim. Mas eh verdade, somos mulheres,
reclamamos, as vezes, mas confesso, amo essa posicao, sou assim mesmo, um pouco de tudo, e ainda completo dizendo q sou, nervosa, ciumenta, emburrada, apressadinha, metida e etc.


Estava hj na piscina vigiando meus filhos, as pernas assando, mesmo na sombra, mas estava la, lendo um livro, ou melhor, estava com meu kindle q ganhei do marido, pensa numa coisa boa, ja fiz o download de uns 30 livros, de uns 15 artigos em pdf, e ateh semana q vem, qd viajo para Dallas, vou colocar mais algumas coisas.... mas falando em kindle, gentemmmmm, q delicia de equipamento, amo a tecnologia, amo td isso. Esse dai eh meu Kindle.... algo q podemos levar para onde quiser, fazer o download de qqr livro, enfim, estava la na piscina com ele. Qd notei, estava com as pernas vermelhas, parecia a Pocahontas... mas, estou na Florida, e nao posso reclamar.


Na realidade, comecei esse post pq li um artigo da Martha Medeiros, grande Martha, sou fa dessa jornalista gaucha, dai comecei a rir sozinha, pensa, eu, parecendo a Pocahontas, sentada na piscina do meu condominio, rindo sozinha, e qd queria falar alguma coisa indevida com os filhos, eu falava em portugues, dai sentia q todo mundo olhava, mas nao entendiam....
Mas esse artigo da Martha eh bem legal, e nos diz algo bem sutil, MULHERES BOAZINHAS....eca, fico ateh arrepiada, pq nao sou nada boazinha. Copiei o texto e acredito q muitas vao gostar de ler, beijosssssss:


As Boazinhas que me perdoem


Qual é o elogio que uma mulher adora receber? Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns 700: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter, além do corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito,da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
Mas não pense que o jogo está ganho: manter-se no cargo vai depender de sua perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios.
Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical. Agora, quer ver o mundo cair? Diga que ela é muito boazinha.

Descreva aí uma mulher boazinha. Voz fina e retardada, roupas pastéis, sapatos altos para parecer chique, esta sempre maquiada. Aceita encomendas de doces, e bolos, contribui e canta para a igreja, cuida e faz as festinhas dos sobrinhos, e dos filhos das amigas nos finais de semana. Disponível sempre, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor, e sempre fala que esta bem, ja passou por muitas coisas na vida, ja sofreu muito e chora ao falar, adora ser coitadinha. Nunca teve um chilique. Nunca colocou os pés num show de rock e nunca dan
çou pagode. Nunca bebeu nada, e nunca ficou de pileque. É queridinha. Educadinha. Enfim, uma mulher boazinha.

Fomos boazinhas por séculos. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas. Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos. A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho. Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa. Quietinhas, mas inquietas.

Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.

Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais. Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen. Ser chamada de patricinha é ofensa moral. Pitchulinha é coisa de retardada. Quem gosta de diminutivos, definha.

Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa. Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. As boazinhas não têm defeitos. Não têm atitude. Conformam-se com a coadjuvância, com o segundo lugar, com a sombra.

Ph neutro, adora copiar. Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos.

Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, nervosas, brigonas, extremistas, luta com as melhores armas, mas luta, é isso que somos hoje. Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos. As inhas não moram mais aqui. Foram pro espaço, sozinhas, e tristes.

Martha Medeiros,



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