Uma amiga minha nesse ano, durante uma crise que eu estava passando, aquelas crises constrangedoras e desgastantes, me indicou um livro, e como não sou de recusar um bom livro, fui logo comprando e coloquei no meu kindle. Confesso que não consegui ler o livro na época, sempre começava, deixava de lado, parecia até um aviso, tipo, só leia esse livro quando estiver preparada. E foi mesmo! Depois de um tempo, aquele tempo que estava precisando para colocar a casa em ordem, colocar os meus sentimentos em harmonia, consegui ler o livro.
O livro se chama The Shack, A Cabana – William Young, um livro pequeno, mas de grande conteúdo, um livro que fala dos nossos limites, das nossas ações, dos nossos apegos e falhas, que são muitas. Vou dizer, é um livro que tem uma linguagem SUPER simples, tem alguns momentos no livro, que sentimos que estamos lendo historinhas para nossos filhos, aquelas historinhas de Deus que nossos pais nos contavam, algo assim, mas depois, você começa a entender o porquê o livro caminhou dessa forma, com essa linguagem quase que de uma criança.
O livro nos desperta para algo em nos, algo que precisamos reconhecer em nos, as nossas falhas, as nossas limitações, os nossos medos, os nossos arrependimentos, as nossas frustrações, as nossas culpas, enfim, apesar da leitura simples, o livro nos toca, de uma forma bem diferente.Existem algumas falhas em nos que não gostamos de expor, alias, acredito que a grande maioria de nossas falhas, nós camuflamos, às vezes de uma forma cínica e egoísta. E quando falo em falhas, não estou dizendo as pequenas, que rapidamente esquecemos no momento que escutamos uma buzina mais alta, um grito, uma musica que gostamos, estou falando de falhas e defeitos que nos acompanham, e por mais que venhamos a trabalhar isso em nos, sabemos o quanto é difícil.
Agradeço hoje os problemas que passei esse ano, esses problemas me despertaram para algo maior, me fez trabalhar uma agressividade que era minha mesma, que se alguém apertasse um botão errado em mim, era uma explosão, um verdadeiro vulcão. E com isso, fui verificando o que me deixava assim, com essa raiva, e pude constatar que: falta de consideração das pessoas, falsidade, mentira e abuso de poder, me tiravam do serio. E trabalhar isso em mim, trabalhar essa raiva, esse vulcão, não foi fácil, alias, não esta sendo fácil, tive que me afastar de tudo, tive que me conhecer, para depois aprender a lidar com esse sentimento.
O engraçado de tudo, é que eu precisei ler um livro para entender, ou melhor, para refletir sobre meus velhos conceitos e hábitos, que às vezes não percebemos, mas incomoda muita gente. Aquela velha musiquinha dos elefantes: um elefante incomoda muita gente, 02 elefantes incomodam muito mais... Às vezes, falamos coisas, ou vivemos coisas, que incomodam algumas pessoas, e mesmo sem querer, acabamos ofendendo e fazendo com que essas pessoas nos julguem sem saber, ou melhor, sem nos falar, mas o pior de tudo é quando nos conhece, e te julga assim mesmo, e não tem a coragem de perguntar ou de saber o que esta acontecendo, talvez por comodismo ou por necessidade, simplesmente ouve de alguém, julga, condena, sem te dar a menor chance de explicar; se bem meus amigos, quando chega nesse ponto, é porque a amizade não era lá essas coisas, ou então, era uma amizade sem importância, então, nem precisa sofrer por essa.
Voltando ao livro, vamos percebendo algumas coisas a mais, o perdão; o perdão mesmo, algo que realmente precisamos aprender... Bem, não vamos confundir perdoar com esquecer, são duas coisas bem diferentes, mas que podem andar juntas, quando queremos. A semana passada, uma pessoa me ligou, dizendo o seguinte: Rita, fiquei sabendo que você falou isso de cicrano e beltrano, eles estão assim, assado, etc., etc., etc., e antes que a cidadã terminasse, eu falei: vamos aos fatos, quando eu falei com eles, você estava lá testemunhando? Quando te falaram que eu falei “dessas pessoas”, você ficou sabendo se “essas mesmas pessoas”, vieram atrás de mim para saber se eu falei ou não? Se vieram, bateram em porta errada, porque ninguém nunca me procurou, e se não vieram e acreditaram, o que eu posso fazer? Chorar, ficar com raiva, ir atrás, pra que?
Pessoas que te consideram, pessoas que te respeitam, pessoas que tem carinho por voce, te olham nos olhos e perguntam, escutam o que o outro tem a dizer sobre o assunto, ou então, simplesmente esquecem o assunto, mas não ficam por ai ruminando, ou andando atrás de você igual a uma sombra, para saber o que você esta fazendo, para saber aonde você vai, para saber o que você esta comendo ou comprando... É triste, mas acontece!
O livro nos faz perceber isso, essa falta de apego a amizade, essa falta de consideração que temos com as pessoas, sem ao menos dar a menor chance, mas, “cada um com seus cada quais”, já dizia uma grande amiga.
No livro, eles abordam a culpa e o medo tambem, de uma forma mais fácil de entender, o livro fala que o grande sofrimento da humanidade é a culpa e o medo. Tem um determinado momento, desculpemmmmm, não posso contar a historia, que você começa a entender que o arrependimento (quando temos) nos traz aprendizado, nos fortalece e nos redime, mas a tal da culpa, não leva a lugar nenhum....
Hoje, eu, o Zeca (meu marido) e o Lucas (meu filhote mais velho que esta de férias aqui), conversamos sobre educação, criação, imaturidade, irresponsabilidades, sobre relacionamentos não curados, sobre ter tudo de “mão beijada”, e confesso, engoli seco num determinado momento que meu filho falou, e olha que ele tem apenas 20 anos, foi o primeiro neto dos meus pais, era o xodó e teve TUDO, e graças a Deus, aprendeu a lidar com as facilidades de uma forma decente e madura. Ele falou que eu e meu irmão, não tivemos uma criação adequada, tivemos de tudo, e falou que o pior disso é quando no inicio você tem tudo que o dinheiro pode comprar, e depois você percebe que o melhor da vida não se compra, se conquista... E é isso que o Lucas esta fazendo, conquistando. Ter as coisas facilmente é bom, não posso reclamar e nem o faço, ter um Manolo Blahnik é bom demais, mas hoje sei que damos mais valor quando conseguimos construir o nosso legado.
Não sei se isso acontece em qualquer profissão, o fato de ter sido Dentista no Brasil, ter dado aula, ter 02 especializações, não tive problemas na minha primeira profissão, todos os dentistas que se conheciam, se respeitavam, logicamente toda regra tem a sua exceção, mas não tinha essa falta de consideração, essa falta de respeito, essa falta de ética, e com Decoração é tão diferente, é cobra engolindo cobra, um querendo ser melhor do que o outro, daí liga para um outro e fala mal de um terceiro, desmoraliza, ofende, depois, dão beijinhos, e estão sempre com os pés atrás, não confiam, é o que vejo no mundo dos balões, e falo isso de cadeira. Muitos são movidos por valores materialistas, ou vingativos, e sempre estão competindo, e acreditem, muitas vezes de forma desonesta, cobrando valores ridículos, apenas para ter o trabalho e tirar do outro. É a vaidade falando mais alto, o egoísmo, o orgulho, a ambição, que cega muitas pessoas, que as transforma em profissionais soberbos, arrogantes e prepotentes. E o “falso” sucesso sobe a cabeça de muitos...
Sucesso mesmo meus amigos, é descobrir a vida, e o que dela podemos colher, isso sim é a melhor parte... É saborear cada minuto, é viver com valores éticos, morais e espirituais, que às vezes aborrece algumas pessoas, mas não podemos simplesmente deixar de ter esses valores, para agradar alguém, temos que nos agradar. Só isso! Hoje, agradeço de coração tudo que aprendi esse ano, tudo que vivi, tudo que passei, precisava disso para transformar o que precisava em mim, e sei que cresci como pessoa, profissionalmente, como mãe, como amiga, e hoje também valorizo cada conquista, valorizo cada passo e cada momento vivido.
No livro, pude distinguir o bem e o mal, de uma forma clara, onde sabemos que a imaturidade de muitas pessoas, determina as vezes, o sentido que ela da a vida, então, cada um segue a sua rota, trilha o seu caminho, SEM MEDO DE SER FELIZ.
Beijosss
Ops, já ia me esquecendo, sobre o perdão, fiz essa oração durante um tempo – não me perguntem quanto tempo, pois às vezes faço a oração sem sentir, e confesso, me ajudou imensamente na cura de muitas coisas, internas e externas....
Oração do Perdão
Perdôo de todo o meu coração todas as pessoas que me prejudicaram, me fizeram mal, me magoaram, me ofenderam, me enganaram, me rejeitaram, me julgaram, me maltrataram.
Liberto todas as pessoas de todos Elos que nos prendem uns aos outros, impedindo que sejamos felizes.
Liberto do meu coração todos os sofrimentos gerados por essas situações. Perdôo assim, todas as pessoas que me ofenderam e as liberto de minha vida. Neste momento declaro que todas as dívidas que têm para comigo estão quitadas.
Em especial, perdôo a (fulano(a)) por todo o mal que me causou. Pois, sei que agiu assim por ignorância e porque assim como eu, também está aprendendo com a vida. Fulano(a), eu te perdôo de todo o meu coração por todo o mal que me causou.
Também, peço-te Perdão por tudo o que te causei. Perdão, perdão, perdão. Peço também perdão a todas as pessoas que um dia ofendi, prejudiquei, magoei, julguei ou maltratei pois, quando o fiz, não sabia como fazer melhor. Mas hoje sei do mal que fiz, mas, tenho consciência de que meus créditos acumulados pelas coisas boas que fiz são maiores do que os débitos que tenho com o Universo.
Por isso, neste momento, me perdôo profundamente e de todo o meu coração.Sou completamente livre e perdoada!Estamos todos livres pelo Perdão. Na verdade, agora sinto que nem preciso mais perdoar pois, qualquer mal direcionado a mim não atinge a meu Eu Verdadeiro, atinge somente a Ilusão.
Me desapego da Ilusão e de todas as mágoas e limitações que ela me impões. Não levo nada para o pessoal porque o mal não pode me atingir verdadeiramente.
Vivo em Deus e em Paz. Estamos todos livres e perdoados e podemos seguir nossos caminhos sem dor ou peso. Estamos leves e livres.
EU SOU LIVRE, EU SOU LIVRE, EU SOU LIVRE!